quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Esse alguém não será eu.

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Sempre dei os melhores conselhos para as minhas amigas, mas nunca soube o que fazer com a minha vida. Esse cliché é bem real e habita aqui dentro. Desde o meu segundo relacionamento nada mais deu certo. Confesso que perdi a fé no amor, nas fotos reveladas, no jantar surpresa na volta do trabalho e em tudo que me diziam. Os filmes me ensinaram a amar detalhes e a suspirar ao ver declarações, mas essa perspectiva nunca se encaixou bem com minha realidade. Para que entendas melhor, nunca consegui apelidar meus parceiros com nomes carinhosos, nem tampouco chamá-los de amor. Quando diziam que me amavam eu os abraçava forte e os dava um beijo, mas não replicava suas frases sentimentais. Eu também não conseguia mais os iludir prometendo noivado, casamento e uma família feliz. Eu já não mais bebia para esquecer a dor. Minhas músicas favoritas ainda eram de 2004 e eu não consegui gostar de outras. Se alguém tentasse me iludir, eu sorria, elogiava pela tentativa e caía fora. É que eu ja conhecia todas as formas, sabe? E você é diferente de todos eles. Me liga, se importa, quer uma casa, família e ser feliz, mas agora minhas prioridades são outras. Não posso mesmo te abraçar e fazer o que fazia com eles. Você merece alguém que supra suas expectativas e que lhe coloque pro alto. Que tire seus pés do chão e que lhe mate de amor. Alguém que ainda se emocione vendo filmes e que queira viver um. Agradeço por persistir, mas confesso que esse alguém que esperas não será eu. No momento eu quero escrever a minha própria história.
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domingo, 19 de fevereiro de 2017

Tive coragem quando bebi.

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A todo momento eu me acovardei de ir atrás dela. Eu tinha saudade de nossos momentos e de como eu a fazia sorrir na frente dos desconhecidos com atitudes loucas. Ainda era quinta-feira mas eu resolvi me embriagar. Meu eu sóbrio não conseguiria chegar ao seu coração de tanto medo no próprio peito. Medo do futuro, medo dela me jogar fora outra vez e eu me arrepender de ter ido a lugar nenhum. Medo de não ser correspondido e ser categorizado através de suas palavras apenas como passatempo. Eu não estava muito preocupado se namoraríamos, se casaríamos ou o que quer que fosse. Pela primeira vez o presente havia me encantado e eu não queria mais saber do futuro. O tempo passou lá fora e ela sempre sorria quando me via. Beijei outras que nunca souberam o que fazer comigo, que não entendia meus espaços e silêncios. Eu não a amava, mas gostava. Gostava muito da sua voz, dos seus lábios, do seu rosto sem maquiagem e de suas unhas rasgando o meu corpo. Gostava do modo como seu sorriso se escancarava e de como ela era sincera. Havíamos acabado sem mais nem menos, mas aceitei. Aceitei e compreendi que poderia ser só aquilo, mas com passar dos meses meu coração se inquietou. Bebi bastante e resolvi ligar pra ela. Não lembro de todas as palavras, mas lembro bem de dizer tudo que estava preso há tempos. Terminei a ligação com um eu te amo e cerca de meia hora depois ela disse ter me buscado e ter me trazido para sua casa. Não sei como cheguei aqui, nem tampouco o que irá acontecer depois. Só sei que agora estamos juntos novamente e é tudo isso que importa agora.
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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Me render a você.

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Já me decidi. Eu vou me render a você de uma vez por todas. Havia me rendido a quem ignorava minhas mensagens, mas foram tempos de adolescência que não queriam sair de mim. Decidi dar uma pausa, rejeitar quem viesse e me reorganizar. Eu precisava de um tempo só meu, sabe? Agora está tudo diferente. Eu estou mesmo feliz e já não sinto as más sensações que tanto me afetavam. Me rendi a ambientes mais silenciosos cujo pudesse ler olhares e ouvir corações sinceros. Ambientes que me fizessem dançar a batidas lentas e descansar na tranquilidade de quem estivesse por mim quando eu precisasse. Apesar de ser durona, não consegui me render as suas caras e bocas. O maior presente certamente é poder sorrir todos os dias ao lado de quem não se leva muito a sério. Não vou ousar te perder e vou me render de uma vez por todas as suas crises de riso, ao seu carinho, as suas loucuras, a você.
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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Talvez seja tarde demais.

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Pelas expressões da psicóloga tenho certeza que minha vida está uma real bagunça. Minha vida foi de mal a pior sem ela. Não tenho muitas notícias, mas sei que vive na casa de praia do pai e creio que deve lembrar de mim ao ver os ambulantes vendendo água de côco na orla. Na real eu amava cada detalhe do que possuíamos, mas acabava nem expressando tanto. Eu tinha medo de sentir mais e ela menos. De demonstrar demais e não ter reconhecimento. Me afundei nesse medo que era atrelado a minha baixa auto-estima. Eu era seu fotográfo e me orgulhava de todos os comentários que recebia por tê-la ao meu lado. Ela havia me dado chances, mas vacilei. Tínhamos a mesma idade mas ela sempre foi mais cabeça e mais madura. Como dizem: Mulheres amadurecem primeiro. Sempre concordei, mas nunca soube como acompanhar a sua perspicacidade. Não que eu fosse incapaz, mas deixei-me consumir pelo meu próprio medo. Enquanto ela tinha razões para ter ciúmes eu desconversava e dizia ser besteira. Aquele alguém que eu mantinha na reserva com medo de ser jogado fora, casou e mudou de cidade. Hoje completam três anos e já não sei mais o que fazer. Ela sempre esteve pronta, mas só hoje que eu me sinto. Me sinto pronto para ser dela e não guardar sentimento qualquer. Meu coração aperta e dói. Dói sem fim e eu só queria um recomeço, mas acho que deve ser tarde demais.

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sábado, 11 de fevereiro de 2017

O cara que me compreendeu.

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Religiosamente aos sábados eu me sentia sozinha e logo martelava na cabeça a ideia de ter alguém ao meu lado. Nos outros dias da semana a rotina me levava e eu me tornava autossuficiente curtindo minha própria companhia. Quem não compreendia, sorria e me chamava de bipolar, mas não o cara que conheci no elevador do shopping a sete semanas. Num sábado eu resolvi sair de casa para comprar doces e acabei ficando presa no elevador com ele por dezessete minutos. Enquanto esperávamos a companhia para resolver o problema, ele descaradamente me pediu um chocolate e disse que deixaria mais para que eu comesse durante minha tpm. O achei abusado e dei um pedaço para ele sorrindo pela sua atitude. Logo perguntou meu nome e disse que não imaginava ter um encontro inusitado num elevador. Foram os dezessete minutos mais engraçados da minha vida. Ele fazia o tipo do galanteador-solteiro-destemido-descarado que também curtia a própria companhia. Parecia ser um cara legal e não os babacas que davam em cima de mim todos os dias no trabalho. Logo tirou uma garrafa de vinho de sua mochila e brindou o nosso encontro ao futuro. Me deixei cair na brincadeira e brindei nosso noivado, nossa casa e nosso futuro. Rimos bastante e rolou um beijo. Saímos de lá de mãos dadas e ele logo me convidou para terminar a garrafa de vinho em sua casa. Ao chegarmos ele ligou o som, começou a dançar meio desengonçado e logo me chamou também. Terminamos a garrafa de vinho e acabamos na cama. Eu que não esperava por nada agradeço ao acaso pelo meu coração estar bem acompanhado de alguém repleto de bom humor. Hoje não sei o que seria dos meus sábados e de toda a semana sem ele.

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Não fazia ideia de que me deixaria.

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Eu não fazia ideia de que ele me deixaria, mas assim fez. Antes de partir dividiu momentos mágicos com direito a filmes, séries, espumantes e com as tábuas de frios que eu tanto gosto. De tão surreal eu queria viver ali para sempre. Finalmente alguém simplesmente parou na minha vida e ficou sem pedir ou exigir mudanças minhas. Alguém que me tirava do sério e que eu arrastava para minha casa depois do trabalho. Como poderia não me entregar? Eu que sempre odiei cobranças o guardei no peito como inesquecível. Quando ele tinha que ir embora pro trabalho meu coração apertava e eu só queria o atrasar para que ficasse mais tempo comigo. Despertei o alarme diversas vezes mais cedo para preparar nosso café na cama e para ouvi-lo dizer: Bom dia, anjo. Quando finalmente eu estava entregue, me declarei e queria que déssemos um passo mais sério naquilo que tínhamos. De maneira direta disse-me que não estava pronto para assumir algo com alguém e que não podia tomar uma atitude inusitada assim. Confesso que me culpei por adiantar o que quer que tivéssemos e por criar milhares de expectativas. Não quis mais conversa comigo, trocou o numero do telefone e sumiu. Eu nunca soube o que queria e agora reclamo por ter recebido um lixo de insegurança no meu peito. O que tava bom demais, era incrível demais para se tornar realidade.
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sábado, 4 de fevereiro de 2017

Quando tudo desmoronou.



Ela me fez trabalhar duro pelo seu amor. Era líder de sala, popular, tinha curvas e um sorriso incrível. Sua companhia era escassa e seus pais não compreendiam que ela tinha completado vinte e quatro. Sempre que podia a buscava e a deixava em casa quando o sol estava prestes a nascer. Éramos jovens, estudávamos na mesma faculdade e éramos loucos. Começamos a namorar dia 2 de setembro e finalmente estávamos juntos. Fizemos planos em comprarmos nossa casa, ter nosso jardim e nosso sofá ao nos formarmos. Compraríamos uma moto nova, pois ela gostava de como o vento bagunçava seu cabelo. Já usávamos aliança de compromisso e não tirávamos de nossas mãos. As pessoas riam de nosso amor bobo, simples e descontraído mas era só nosso. Eu, ela e Deus. Não trocaria aquilo por nada até que um dia tudo desmoronou. Numa quinta-feira dia 4 de maio iríamos nos encontrar num bar perto da faculdade. Esperei mais de trinta minutos até que uns colegas vieram desesperados me avisar que ela havia sido atropelada a poucos metros dali. Fiquei sem reação e logo surtei. Não cheguei a tempo e ela já estava no hospital. Ao chegar me disseram que ela não havia resistido e que antes de falecer pediu para que eu sempre fosse vê-la no céu pela madrugada onde costumávamos ficar e que iria me amar eternamente. Perdi meu chão e meu sentido de vida. Impossível acreditar que minha história faz parte de tantas outras histórias tristes de filmes. Hoje piloto sozinho sentindo falta de suas mãos agarradas ao meu corpo. Pela madrugada vejo uma estrela no céu brilhar mais forte. Tenho certeza que é ela e não vejo a hora de um dia poder reencontrá-la.
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