sábado, 4 de fevereiro de 2017

Quando tudo desmoronou.



Ela me fez trabalhar duro pelo seu amor. Era líder de sala, popular, tinha curvas e um sorriso incrível. Sua companhia era escassa e seus pais não compreendiam que ela tinha completado vinte e quatro. Sempre que podia a buscava e a deixava em casa quando o sol estava prestes a nascer. Éramos jovens, estudávamos na mesma faculdade e éramos loucos. Começamos a namorar dia 2 de setembro e finalmente estávamos juntos. Fizemos planos em comprarmos nossa casa, ter nosso jardim e nosso sofá ao nos formarmos. Compraríamos uma moto nova, pois ela gostava de como o vento bagunçava seu cabelo. Já usávamos aliança de compromisso e não tirávamos de nossas mãos. As pessoas riam de nosso amor bobo, simples e descontraído mas era só nosso. Eu, ela e Deus. Não trocaria aquilo por nada até que um dia tudo desmoronou. Numa quinta-feira dia 4 de maio iríamos nos encontrar num bar perto da faculdade. Esperei mais de trinta minutos até que uns colegas vieram desesperados me avisar que ela havia sido atropelada a poucos metros dali. Fiquei sem reação e logo surtei. Não cheguei a tempo e ela já estava no hospital. Ao chegar me disseram que ela não havia resistido e que antes de falecer pediu para que eu sempre fosse vê-la no céu pela madrugada onde costumávamos ficar e que iria me amar eternamente. Perdi meu chão e meu sentido de vida. Impossível acreditar que minha história faz parte de tantas outras histórias tristes de filmes. Hoje piloto sozinho sentindo falta de suas mãos agarradas ao meu corpo. Pela madrugada vejo uma estrela no céu brilhar mais forte. Tenho certeza que é ela e não vejo a hora de um dia poder reencontrá-la.

0 comentários:

Postar um comentário