segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Talvez seja tarde demais.

boy, beach, and summer image
Pelas expressões da psicóloga tenho certeza que minha vida está uma real bagunça. Minha vida foi de mal a pior sem ela. Não tenho muitas notícias, mas sei que vive na casa de praia do pai e creio que deve lembrar de mim ao ver os ambulantes vendendo água de côco na orla. Na real eu amava cada detalhe do que possuíamos, mas acabava nem expressando tanto. Eu tinha medo de sentir mais e ela menos. De demonstrar demais e não ter reconhecimento. Me afundei nesse medo que era atrelado a minha baixa auto-estima. Eu era seu fotográfo e me orgulhava de todos os comentários que recebia por tê-la ao meu lado. Ela havia me dado chances, mas vacilei. Tínhamos a mesma idade mas ela sempre foi mais cabeça e mais madura. Como dizem: Mulheres amadurecem primeiro. Sempre concordei, mas nunca soube como acompanhar a sua perspicacidade. Não que eu fosse incapaz, mas deixei-me consumir pelo meu próprio medo. Enquanto ela tinha razões para ter ciúmes eu desconversava e dizia ser besteira. Aquele alguém que eu mantinha na reserva com medo de ser jogado fora, casou e mudou de cidade. Hoje completam três anos e já não sei mais o que fazer. Ela sempre esteve pronta, mas só hoje que eu me sinto. Me sinto pronto para ser dela e não guardar sentimento qualquer. Meu coração aperta e dói. Dói sem fim e eu só queria um recomeço, mas acho que deve ser tarde demais.

0 comentários:

Postar um comentário