Desde o término dos meus pais, aprendi com minha mãe e seus relacionamentos a sempre ter um plano B por precaução. Esse ciclo nunca parecia ter fim. Os filmes românticos sempre vendiam algo que não se encaixava na minha realidade, por isso nunca fui fã desse gênero. E então, como previsto, apareceu alguém na minha vida.
Júnior era bonito, atencioso, tudo aquilo que os filmes nos fazem desejar, mas que na vida real nem sempre é assim. Ele me mandou flores, chocolates e os deixou no meu trabalho anonimamente no dia do meu aniversário. À noite, agradeci pela surpresa, que realmente tinha sido dele. Ele era legal, mas ser legal nunca foi suficiente para mim. Não havia mistério, ciúmes, tudo estava claro demais. Dizer isso faz parecer que eu prefiro os cafajestes e os que pisam nas mulheres. De jeito nenhum! Previsibilidade nunca me atraiu, e com ele sempre soube qual seria o próximo passo. Sua mãe tentou me deixar à vontade na família, mas não deu certo. Eu, que sempre gostei de um desafio e de uma boa competição, não me contentei com tanta tranquilidade.
Talvez eu não seja a pessoa certa para os bons rapazes, porque sempre estive viva e pronta para o jogo. Para poupá-lo, decidi terminar antes que ele criasse mais expectativas sobre "nós". Não podia permitir que ele mudasse quem era só para me agradar, sendo artificial. Quando disse que não éramos compatíveis, ele aceitou com tristeza. Desapareceu das minhas redes sociais e não respondeu mais minhas mensagens. Deve ter se arrependido de ter me dado as flores e chocolates, que, aliás, foram os melhores que já recebi.
Sempre disse que não gosto de magoar alguém, mas sempre foi inevitável. Agora, com Rodrigo, tenho certeza de que ele é o encaixe perfeito, alguém que foge do comum e me deixa intrigada. Todos merecem um final feliz, mas não é preciso mudar ou se adaptar para encontrar alguém. Cada um faz suas escolhas. Quanto ao Júnior, desejo que encontre sua felicidade e acredito que um dia ele encontrará alguém que sonhe com um homem como nos filmes.