sábado, 28 de janeiro de 2017

Dessa vez eu escolhi o nosso amor.


Havíamos discutido três meses atrás, trocamos farrapos e pela primeira vez palavrões. Chegamos ao limite que sempre tentamos evitar. Gritei e o expulsei de casa. Enquanto ele dobrava suas roupas, eu chorava na cozinha por ter dito coisas tão rudes. Queria pedir desculpas e o abraçar, mas o orgulho já tinha criado uma barreira grande demais. Suas palavras nunca tiveram condenação, mas suas atitudes me rasgavam de ódio. Do seu silêncio, eu interpretava cinismo. Andávamos muito mal. Até na nossa cama não havia mais calor. Estávamos em crise e eu não tinha mais controle da situação, logo eu que sempre tomei a frente e decidi tudo para nós. Arrastada pelas minhas amigas de bar à festas eu tentava disfarçar a dor. Bebia para esquecer, mas pela manhã a ressaca fazia questão de me lembrar quem era a razão daquela dor de cabeça. Já não nos falávamos mais e nossa banda favorita viria a cidade dia 21 de março. Comprei os ingressos e fui sozinha. Meia hora depois tentei ficar perto do palco e esbarrei com um cara alto, camisa preta e barba por fazer. Era ele! Fiquei surpresa ao vê-lo e comecei a chorar. Ele logo me abraçou, disse que me amava e que não estava aguentando mais a distância. Não consegui falar e ele me roubou um beijo. Conversamos, pedi para que ele voltasse para casa e ao fim do show pegamos suas malas e fomos direto para nossa cama. Acendemos nosso amor e renovamos nossos votos. Dessa vez eu decidi amar e abandonar o orgulho. Dessa vez eu decidi escolher o nosso amor.

0 comentários:

Postar um comentário