Por que corres do carinho que te espera para dois dedos de prosa? O que há de tão incrível em esmagar sentimentos brandos? Me traí mesmo. Me traí outra vez por achar que além do ciclo contínuo de pessoas indo e vindo, haveria olhos nos olhos para fugir do cotidiano. Percebi pelo teu tom de arrogância o que me aguardava. Assim, logo soube que quebraria a cara provando de uma vez por todas que sempre estive certo: minha intuição vale mais. Por que foges e destrói tudo o que vês pela frente apenas para saciar o teu ego e tua carne sedenta por prazer? Fiz questão de arriscar, de vestir a coragem e ver as coisas acontecerem. Fiz questão de querer ouvir aquela cuja tristeza dominava e que todos detonavam. Hoje, tanto fez como tanto faz. Por que já depois de liberta, vestes esta fantasia para prender corações apenas por diversão? Faz parte mesmo de quem não deseja deixar o parque de diversões e se arriscar na vida real. O velho e doce amargo já me esperava na volta para casa como recompensa. Senti um frio na barriga que dizia: bem que eu te avisei. Estava lá como recompensa que mais parecia vingança. Uma recompensa árdua pela realidade dura, nua e crua. Ao lado da janela do ônibus, fiz questão de abraçar o frio e cantar músicas que me dessem conforto. Nunca tive tanta alegria em cumprir o desejo do meu peito em apostar no que julgavam ser impossível de eu fazer. Moça, insinue-se sempre, mas ao vivo e em cores mostre repugnância pelos sentimentos simples. Despreze sempre do inesperado, do inevitável, do louvável sentimento, dos que traem a si mesmos para serem diferente das inúmeras pessoas hipócritas e vazias. Corra sem limites, destrua corações e fortaleça sempre o seu ego. Alimente sempre sua carne na esperança que ela se farte de uma vez por todas. Ultrapasse as metas e ganhe títulos próprios. Já que insistes, continue nessa vida. Só não mais hei de padecer de tua vida repleta de aparências e tristezas após as voltas que o mundo der.
